10 álbuns a ouvir esta semana

Francisco Pereira

Apresentamos as nossas escolhas para esta semana: 10 discos novos dos Parcels, Baxter Dury, Josh Ritter, Jens Lekman e muito mais.

Parcels, Loved (Because Music)

Os australianos Parcels apresentam Loved, um disco que expande o seu pop elegante e dançável, agora com um tom mais caloroso e romântico. Com harmonias vocais refinadas, grooves sedutores e uma produção polida, a banda criou um álbum que é ao mesmo tempo íntimo e feito para a pista de dança. É a afirmação de uma identidade cada vez mais própria, que mistura sofisticação pop com alma.

Baxter Dury, Allbarone (Heavenly Recordings)

Em Allbarone, Baxter Dury volta a ser cronista das noites londrinas, entre humor irónico, decadência charmosa e beats minimalistas. O disco mantém a sua voz característica — meio falada, meio cantada — em canções que parecem pequenas histórias urbanas, tão mordazes quanto elegantes. É mais um capítulo sólido na sua discografia, a meio caminho entre a caricatura e a confissão.

Sydney Minsky-Sargeant, Lunga (independente)

O jovem músico britânico estreia-se a solo com Lunga, um álbum que mistura pós-punk, synths sombrios e uma abordagem lírica crua. Conhecido como vocalista do projeto Working Men’s Club, Minsky-Sargeant expande aqui o seu território, mostrando uma faceta mais pessoal e introspectiva. Lunga é um disco de estreia que anuncia uma voz nova e promissora dentro da cena alternativa.

Jens Lekman, Songs for Other People’s Weddings (Secretly Canadian)

Sempre engenhoso na forma de narrar vidas alheias, Jens Lekman reúne no novo Songs for Other People’s Weddings um conjunto de canções encomendadas ao longo dos anos para casamentos de amigos e desconhecidos. O resultado é um álbum doce e curioso, cheio de histórias íntimas e humor melancólico, que confirma Lekman como um dos melhores cronistas alternativos musicais do quotidiano.

Liquid Mike, Hell Is an Airport (independente)

Os Liquid Mike lançam Hell Is an Airport, um álbum cru e direto, enraizado no punk e no indie rock lo-fi. As canções, curtas e urgentes, disparam energia e ironia em doses iguais, com guitarras abrasivas e uma estética DIY (do it yourself) que dá ao disco um charme especial. Um registo que captura o espírito do underground norte-americano atual.

Josh Ritter, I Believe in You, My Honeydew (Thirty Tigers)

O cantautor Josh Ritter regressa com I Believe in You, My Honeydew, um álbum que abraça ternura e otimismo. Com letras poéticas, melodias folk e arranjos calorosos, Ritter oferece um disco que soa como uma carta de amor em forma de música. É mais um capítulo encantador na carreira de um dos grandes storytellers do folk moderno e da americana.

Bombadil, How the Moon Got Back Home (Ramseur Records)

A banda de Durham, Carolina do Norte, regressa com How the Moon Got Back Home, um disco que mistura folk, indie pop e um toque de fantasia narrativa. Conhecidos pelas suas canções inventivas e arranjos delicados, os Bombadil entregam um álbum que soa tanto a fábula quanto a diário íntimo, cheio de imaginação e melodias acolhedoras.

Guerilla Toss, You’re Weird Now (Sub Pop)

Os Guerilla Toss regressam com You’re Weird Now, um álbum que mantém a sua energia frenética e o espírito caleidoscópico que os caracteriza. Misturando punk, funk, eletrónica e psicadelismo, o disco é uma celebração da estranheza como identidade, cheio de cores, ritmos imprevisíveis e refrões que desafiam convenções. É um regresso que mostra a banda mais confiante do que nunca, a transformar caos em festa.

Fruit Bats, Baby Man (Merge Records)

Eric D. Johnson volta com mais uma coleção de canções delicadas e luminosas em Baby Man, álbum onde o folk-pop dos Fruit Bats continua a crescer em maturidade e simplicidade poética. Canções soalheiras, melodias ternas e uma escrita que mistura humor e melancolia tornam este disco mais uma prova de que Johnson sabe encontrar beleza nas pequenas histórias do quotidiano.

The Chameleons, Arctic Moon (Metropolis Records)

Veteranos do pós-punk britânico, os Chameleons regressam com Arctic Moon, um álbum carregado de guitarras atmosféricas e a melancolia que sempre os acompanhou. O disco ressoa tanto como continuação do legado clássico da banda, como um passo em frente, com letras que refletem sobre passagem do tempo, perda e resiliência. É um regresso digno e emotivo de uma das bandas de culto dos anos 80.