“Conta-Me Uma Canção” está de regresso ao Teatro Maria Matos no início de 2026.

Francisco Pereira

“Conta-me Uma Canção” regressa ao Teatro Maria Matos em janeiro e fevereiro de 2026 para três noites únicas com encontros íntimos entre grandes nomes da música portuguesa.

O “Conta-me Uma Canção” está de regresso ao palco do Teatro Maria Matos para mais três apresentações únicas!

Nascido inicialmente em formato audiovisual, o conceito “Conta-me Uma Canção” terá em Janeiro e Fevereiro de 2026 a sua quarta edição “ao vivo”, depois das bem sucedidas de 2023, 2024 e 2025. No ambiente único proporcionado por uma das mais iconográficas salas lisboetas, foi lançado o desafio a seis artistas nacionais para exporem a sua visão sobre aquele que se poderá considerar o bem mais valioso da música popular, a Canção. Três encontros com duplas formadas por nomes incontornáveis da música nacional, seja como autores ou intérpretes.

Serão noites em que, a par das histórias das canções escolhidas, das versões cruzadas, e de uma conversa necessariamente íntima entre dois criadores, cada parelha partilhará ainda com a audiência uma versão de uma canção que não da sua autoria, “uma daquelas” que gostariam de ter composto.

Afinidades“, foi o título escolhido para celebrar o início de uma cumplicidade que data de 1998 e que se mantém até ao dias de hoje. A ligação entre Sérgio Godinho e o núcleo criativo do ClãManuela Azevedo e Hélder Gonçalves, é já “secular” e terá neste encontro no “Conta-me Uma Canção” mais um capítulo.

Para além do registo do projecto surgido por ocasião da Expo 98, a colaboração tem tido como fruto mais de uma dezena de canções em parceria ou a partilha frequente do palco. Também com o companheiro de estrada, “o assessor” Nuno Rafael, o espectáculo e disco ao vivo “Caríssimas Canções”.

No palco do Maria Matos, mais do que uma celebração, espera-se uma descoberta para o público presente: que existe de especial entre estes criadores que nos ofereceram canções tão singulares como “O sopro do coração” ou “Tudo no amor”?

Um reencontro? Benjamim será um criadores nacionais que melhor conhecerá a obra de Tozé Brito: foi co-produtor do disco e espectáculo de tributo “Tozé Brito (de) Novo” produzidos em 2021/2022. Ainda assim antevemos que não o confirme tão só porque a diversidade e quantidade de canções criadas por Tozé Brito é tão vasta que o desafio de as condensar seria tarefa hercúlea.

Efectivamente, para além da longevidade, Tozé Brito é um daqueles escritores de canções sem fronteiras estílisticas. Para além da profiquidade, um extenso reconhecimento nas mais diversas áreas da música – na criação, na produção, na interpretação ou até enquanto editor, é alguém incontornável na história da música popular nacional. E, como se tal não bastasse, são inúmeras as canções que habitam o nosso imaginário comum, sejam em nome próprio, em projectos colectivos ou na voz de outros.

Em Luís Nunes a.k.a. Benjamim é possível descobrir muitos aspectos comuns: desde logo o talento para a escrita de canções (“Vias de extinção” tem lugar de destaque no cancioneiro nacional); depois, o gosto pela produção e pelo prazer enquanto instrumentista; e, mais recentemente, na criação de um selo de edição, Discos Submarinos, em que navegam alguns dos mais emergentes valores nacionais.

Para além de uma jornada de imensa riqueza pela música popular, a certeza de que iremos ter o privilégio de marcarmos presença na sala de estar de Tozé Brito e Benjamim.

Ainda que de gerações distintas, são muitos os pontos de contacto na expressão criativa de Rui Reininho e Samuel Úria: uma paixão pela pop e pela sua estética são sinais evidentes de tal (serão talvez os “front men” da cena nacional que apresentam os melhores figurinos), mas o que mais os aproximará será o uso requintado que fazem da palavra em todas as suas dimensões. Ou assim consideramos, motivo de sobra para provocar este encontro, afinal a “palavra” é  uma das componentes centrais na arte de fazer canções.

Será inegável reconhecer, o próprio já o fez em diversas ocasiões, a influência que Rui Reininho, seja na sua faceta GNR ou a solo, tem na abordagem criativa de Samuel Úria. Também Rui já se referiu a Samuel como um ente artístico que se distingue entre os demais.

O “Conta-me uma canção” e o público presente no Maria Matos na noite de 17 de Fevereiro terão então a possibilidade de testemunhar a passagem a palco deste flirt artístico que, adivinhamos, terá na ironia e na provocação pontos de destaque. E claro, em estilo, como é característica comum.

28 Janeiro – Clã + Sérgio Godinho

9 Fevereiro – Benjamim + Tozé Brito

17 Fevereiro – Rui Reininho + Samuel Úria