
JOHN MAUS
Apesar de ser filósofo além de músico, John Maus construiu uma carreira pouco ligada ao racional nas últimas duas décadas. Os movimentos que definiram a sua trajetória, ligada no início ao seu amigo Ariel Pink e ao Animal Collective, sempre projetaram a imagem de um artista caótico e impulsivo, quase animal. Qualquer pessoa que já o tenha visto contorcer-se encharcado em suor num palco sabe do que se trata: John Maus puxa o cabelo e bate-se com o microfone como se estivesse possuído pelo espírito do synth-punk. Depois de Screen Memories e Addendum, o seu díptico de álbuns lançados entre 2017 e 2018, esta besta criativa retirou-se totalmente exausta para o seu covil. Uma caverna repleta de sintetizadores construídos por ele mesmo e teclados antigos manipulados, embora tenha levado alguns anos para recuperar as forças para tocá-los. Uma espécie de retiro que alimentou ainda mais a sua fascinante aura de artista cult. De génio maldito. Agora, finalmente, sai desse refúgio para lançar Later Than You Think, o seu álbum de regresso e o primeiro que edita através da Young, a sua nova editora. John Maus irá apresentá-lo no dia 8 de novembro na sala Capitólio, em Lisboa.