Peaches nunca foi uma artista para agradar a todos – e é exatamente por isso que é uma das mais icónicas do indie. O documentário Peaches Goes Bananas, em exibição apenas no Cinema City, em Lisboa, depois de uma passagem pelo festival DocLisboa, não é apenas um retrato de uma artista irreverente – é um mergulho na dualidade de uma mulher que passou de professora de jardim de infância a rainha do electroclash, sem nunca perder a sua autenticidade. Entre sintetizadores sujos e letras que desafiam tabus, a história de Peaches ganha uma camada inesperada de emoção ao explorar a sua relação com a irmã e os pais. Momentos intimistas revelam uma artista que, para além da persona provocadora, é também uma mulher profundamente ligada à sua história e às suas raízes.
Mas não se enganem: se há algo que Peaches nunca fez foi suavizar a sua arte. O documentário captura a sua ascensão nos anos 2000, quando transformou os espetáculos ao vivo em verdadeiras performances transgressivas, recheadas de props X-rated e uma energia crua que se tornou a sua marca registada. Com hinos feministas, queer e de libertação sexual, Peaches cimentou-se como uma das vozes mais importantes da música indie, desafiando convenções e redefinindo o que significa ser uma artista independente.
Peaches Goes Bananas é uma celebração da autenticidade e da coragem de uma artista que nunca teve medo de ser ela mesma, desde os dias no jardim de infância até aos palcos mais provocadores do mundo.
