Quase Nicolau apresentam o novo disco ao vivo e apresentam um novo tema.

Francisco Pereira

Ao fim de três anos de trabalho, eis que agora, a 11 de Abril, chega FELICIDADE MODERNA, o primeiro álbum de longa duração dos Quase Nicolau.

Em Felicidade Moderna há lugar para muita coisa diferente. Ao longo de onze canções, entre as quais suites, baladas, valsas e outros temas mais dançantes ou roqueiros, os Quase Nicolau não se prenderam a um só som. O mais importante, aliás, era que cada canção se parecesse apenas consigo mesma.

Daí que a banda, com a ajuda do produtor João Correia (Tape Junk, Bruno Pernadas, Benjamim), se tenha entregue a uma constante experimentação musical que atravessou todas as estações do ano. Entre as paredes do estúdio todos puderam tocar tudo. Assim surgiram não só instrumentos que a banda toca ao vivo, qual uma profusão de guitarras clássicas, acústicas, eléctricas e regionais, teclados, baixo e bateria, como os timbres mais coloridos de metalofones, melódicas, sintetizadores, slides,percussões de todos os feitios, ruídos naturais e digitais, samples vocais e instrumentais e até uma conversa à chuva com um pequeno cão dourado. A palete instrumental não estaria completa, no entanto, sem as contribuições dos músicos convidados Vasco Robert e João Capinha, que tocaram, respectivamente, piano em quatro faixas e saxofone tenor, saxofone alto e flauta transversal em três.

Mas claro que para quem ouvir Felicidade Moderna o mais evidente serão as vozes. Muita da força e da diferença da música dos Quase Nicolau vem das vozes, dos coros com que, entre os cinco membros da banda, entoam letras delicadas, honestas e sentidas, em que a língua portuguesa tem um papel fundamental. Não quer isto dizer que uma voz nunca venha sozinha. Uma das principais aprendizagens que os Quase Nicolau trouxeram de Alvorada, o seu EP de estreia, para Felicidade Moderna, foi a de que menos pode ser mais. Com essa ideia em conta a banda também se aventurou, mais do que nunca, pelos seus momentos mais despojados e vulneráveis.

Antes de chegar Felicidade Moderna, a 11 de Abril, vem ainda o seu último single, “Vidairada”, uma semana antes. De todos os avanços que precederam o disco é, a um mesmo tempo, o que tem os momentos mais experimentais e os mais dançantes, os coros mais abstractos e os refrães mais pop. O fio condutor que une tudo é o humor e a melancolia de uma letra cantada com terna ironia.

Depois de terem vencido, a 21 de Março, a eliminatória lisboeta do Indie Music Fest, os Quase Nicolau têm já dois concertos de apresentação de Felicidade Moderna na agenda: o primeiro em Lisboa, no Musicbox, a 18 de Junho; e o segundo no norte de Portugal, por ocasião da final do Indie Music Fest, em Paredes, a 21 de Junho. Ao vivo, a banda apresenta-se como sexteto, contando, além da formação nuclear, com Luís Beirão na voz, teclados e clarinete. Nos alinhamentos podem-se esperar as canções de Felicidade Moderna e Alvorada, bem como algumas surpresas e primeiros temas de um próximo trabalho cuja composição já começou.

* fotografia de Diana Matias

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