Valentim Frateschi estreia-se com ‘ESTREITO’, disco que junta Nina Maia e Sophia Chablau.

Francisco Pereira

'ESTREITO', disco de estreia de Valentim Frateschi, cruza canção popular brasileira e experimentalismo em nove temas compostos entre 2019 e 2022.

Por: Comunicado de Imprensa

ESTREITO é o álbum de estreia do compositor, produtor e arranjador de São Paulo Valentim Frateschi, com edição da Seloki Records. Reunindo nove temas criados ao longo de cinco anos, o disco carrega um forte sentido de continuidade e transição. Como o próprio artista explica, o título faz alusão ao “estreito como um lugar entre dois lugares” – metáfora que encapsula não apenas o conceito do álbum, mas também um momento existencial: a viagem sonora até ao presente.

As canções foram compostas entre 2019 e 2022, em voz e guitarra acústica, em diferentes momentos e estados de passagem. Músicas como “Pássaro Cinza”, “Corpo Colado”, “Estreito” e “Mau Contato” surgiram de forma fragmentada, acompanhadas por ideias iniciais de arranjo que amadureceram ao longo do tempo. “Falando Nisso”, com a participação de Nina Maia, foi a primeira a ser gravada e já foi, inclusive, lançada como single – ainda fora do contexto de um álbum. Em 2023, após esse lançamento, o repertório ganhou corpo. Das sessões de gravação nasceram também as vinhetas flnd, novo espaço, e Colado, esta última desdobrada a partir de Corpo Colado.

Gravado maioritariamente no Estúdio Mameloki, em São Paulo, entre julho de 2023 e agosto de 2024, o álbum teve suas bases — guitarra, baixo e bateria — registradas ao vivo numa única semana. Essas gravações formaram a espinha dorsal do disco, sustentando as texturas e arranjos acrescentados em camadas ao longo dos meses seguintes. Elementos adicionais foram captados em casa do artista, enquanto o vibrafone e o glockenspiel foram gravados no Departamento de Música da UNICAMP.

O disco transita entre o experimental e a canção popular brasileira. Na composição, Valentim cita como influências diretas nomes como Vovô Bebê, Maurício Pereira e Ana Frango Elétrico. Já na sonoridade, aponta para uma mistura de referências: vejo o disco como um cruzamento entre João Donato, Jards Macalé e Arthur Verocai com Crumb, BADBADNOTGOOD e Yellow Days“.

Com as participações de Nina Maia e Sophia Chablau – artistas com quem Valentim mantém laços desde a infância – as interpretações foram pensadas a partir das características de cada tema e da relação musical construída ao longo dos anos. Em “Falando Nisso”, Nina contribui com vocais que nasceram de uma gravação caseira feita durante a pandemia e que, segundo o artista, “soavam como se sempre tivessem estado lá”. Já em “Mau Contato”, Sophia divide a voz principal com Valentim, além de ter criado uma melodia de voz que se transformou num grito distorcido no final da música — “acho que é a parte mais roqueira do disco“, comenta Valentim.​