Edição: Setembro 2017
“A Melody Maker precisa de uma bala no rabo”, dizia o formulário de emprego de Allan Jones. “Eu sou a arma. Puxe o gatilho.”
Existem certas histórias de guerra de jornalistas de rock que já se tornaram folclore. Eles aparecem regularmente num pub, são de origem indeterminada, alguns são tão bem elaborados e improváveis que são suspeitos de serem matéria de mito urbano. Nunca atribuídos a nenhum contador de histórias em particular, estas histórias são efetivamente de domínio público. Bem, muitas dessas histórias até podem ter acontecido realmente, mas, por incrível que possa parecer, tendo acontecido, elas aconteceram com Allan Jones.
Desde a introdução do livro, fica claro que, à medida que a história do rock estava a ser feita, na maioria das vezes Allan Jones estava a sorrir virilmente nos bastidores, sob as garras de uma terrível ressaca, ou no centro da ação bêbada como um homem cheio de bazófia. Frequentemente hilariantes, os contos mais sofisticados de Jones (dos quais existem mais de 70) podem ter um efeito cumulativo se lidos em rápida sucessão.
Entre outras histórias, Jones testemunhou a porrada pública de Lou Reed em David Bowie, em 1979. Noutros lugares, viu os Sex Pistols a serem parados e revistados por polícias na Kings Road, Ozzy Osbourne a urinar no The Alamo, e juntou-se aos Dr. Feelgood, Joe Strummer, Alex Harvey, Lemmy e Ray Davies a aconselhar Sting (acabado de entrar nos The Police) a abandonar a loucura de uma carreira musical para a qual manifestamente não tem aptidão e voltar ao ensino.
No que diz respeito às memórias do rock, este seria apenas um clássico essencial.