A 26.ª edição da Festa do Cinema Francês arranca a 2 de outubro em Lisboa, sendo inaugurada com a ante-estreia nacional de Nouvelle Vague, o mais recente filme de Richard Linklater, selecionado para a competição do Festival de Cannes 2025. A abertura acontece no Cinema São Jorge, marcando o início de um novo ciclo para a mostra cinematográfica dedicada ao cinema francófono.
Esta edição traz novidades significativas: estreia-se uma nova direção artística liderada por Anne Delseth, figura com experiência em festivais como Cannes, Locarno e Marraquexe, e estreia-se uma imagem gráfica renovada, inspirada no espírito e na estética da Nouvelle Vague francesa, com Jean Seberg como rosto promocional. O festival expande-se geograficamente, realizando-se simultaneamente em Lisboa (2 a 12 de outubro) e Porto (de 3 a 10 de outubro), pela primeira vez partilhando programação entre as duas cidades.
Nouvelle Vague, filmado em preto e branco e apresentado completamente em francês, reconstitui o processo de rodagem de À Bout de Souffle (1960), o clássico que inaugurou o movimento da Nouvelle Vague. O filme estreou no Festival de Cannes a 17 de maio de 2025, merecendo elogios por ressuscitar o espírito criativo e libertário da época, com estilo e autenticidade.
Para além da abertura e das exibições em Lisboa e Porto, o festival circulará pelos espaços culturais do país: Coimbra (de 8 a 11 de outubro), Almada (14 a 18 de outubro) e Beja, em data a anunciar — mantendo uma programação renovada e envolvente em cada localidade.
Entre as principais novidades deste ano contam-se a introdução de uma secção competitiva dedicada a primeiras e segundas obras, com o objetivo de valorizar jovens cineastas no espaço francófono, e o primeiro Encontro de Coprodução Luso-Francófona, reunindo profissionais dos dois países para impulsionar projetos culturais cinematográficos e seriados. Destaca-se também a realização da segunda edição de “Do Filme à Série”, evento curado pelo Institut Français du Portugal, que favorece o diálogo entre produtores portugueses e franceses sobre produção seriada contemporânea.
Este arranque também marca a transição da organização do festival para a Associação Il Sorpasso, que assume a produção a partir de 2025, sucedendo à Jangada e somando este evento ao seu portefólio, que inclui a Festa do Cinema Italiano e o Kulturfest organizado com o Goethe-Institut.
Com direção artística renovada, alargamento geográfico e programação reforçada, a 26.ª Festa do Cinema Francês assume-se como o pontapé de saída de uma nova fase mais dinâmica, colaborativa e culturalmente integrada entre Portugal e França — tendo Nouvelle Vague como símbolo da transição entre tradição e modernidade neste novo capítulo cinematográfico.
