Kubrick: Uma Odisseia, de Robert P. Kolker e Nathan Abrams, surge como a primeira biografia verdadeiramente abrangente de Stanley Kubrick em mais de vinte anos, resultado de um trabalho de pesquisa extenso que recorreu a arquivos inéditos, correspondência privada e entrevistas exclusivas com familiares e colaboradores.
Kolker e Abrams, que já haviam explorado a obra do realizador em Eyes Wide Shut: Stanley Kubrick and the Making of His Final Film (2019), ampliam agora a lente para percorrer toda a sua vida e filmografia, desde os primeiros passos como fotógrafo na Look Magazine até aos seus projetos mais ambiciosos e inacabados, como Napoleon, Aryan Papers e A.I.. A obra, com cerca de 650 páginas, desmonta a imagem do “recluso genial” para revelar um artista meticuloso, estratega e profundamente humano, que soube transitar de cineasta independente a autor com total controlo criativo.
Ao longo do livro, há um equilíbrio entre a análise crítica da estética e do método de Kubrick e o prazer narrativo de revelar bastidores, disputas criativas e decisões artísticas que moldaram clássicos como 2001: Odisseia no Espaço, Laranja Mecânica ou O Iluminado. A receção crítica foi amplamente positiva: o The Guardian sublinha a riqueza do conteúdo e a sua capacidade de cativar tanto admiradores dedicados como leitores ocasionais; a Publishers Weekly classifica-o como “monumental” e a Library Journal descreve-o como uma biografia “definitiva e autoritária”.
Kubrick: Uma Odisseia afirma-se como um retrato sólido e detalhado, que equilibra o fascínio pelo mito com a clareza da investigação histórica, tornando-se leitura obrigatória para quem procura compreender não apenas a obra, mas também o homem por detrás de um dos legados mais influentes da história do cinema.
