MXGPU elevam-se 15 metros sobre o Tejo em concerto-vídeo inédito: “Live Over Lisbon” foi apresentado.

Francisco Pereira

O duo MXGPU — Moullinex e GPU Panic — apresentou “Live Over Lisbon”, concerto filmado numa plataforma suspensa sobre o Tejo, em frente ao MAAT. Um espetáculo imersivo, ao vivo e sem playback, disponível no YouTube.

O dueto lisboeta MXGPU — composto por Moullinex (Luís Clara Gomes) e GPU Panic (Guilherme Tomé Ribeiro) — acaba de lançar Live Over Lisbon, um concerto filmado numa plataforma suspensa 15 metros acima do rio Tejo, em Lisboa. A performance, com cerca de 45 minutos, foi dirigida por André Tentúgal e está disponível no canal oficial no YouTube.

A estrutura sobre a qual o espetáculo ocorreu era uma plataforma flutuante içada por um guindaste portuário vintage de 40 metros (“PODEROSA”), posicionada em frente ao MAAT e sob a ponte 25 de Abril, ao nascer do dia. Foi um momento de luz e silêncio panorâmico que alimentou a ambição estética do projeto. Apesar de condições atmosféricas instáveis — com alertas meteorológicos —, a dupla optou por executar a performance ao vivo, sem playback nem overdubs, reforçando o caráter experimental, visceral e imprevisível da proposta.

No repertório de Live Over Lisbon estão reinterpretadas faixas do álbum Sudden Light (já publicado via Discotexas), como “Take Me Home” e “Into Flames”, mas também duas versões inéditas: “See Me Burn” e “Luz”. O espetáculo assume-se como um momento de fusão entre música, paisagem urbana e performance arquitetónica. Os MXGPU descreveram a experiência como uma dissolução entre cidade, céu e som.

Este projeto representa um ponto alto na ambição artística do duo, que já tem vindo a explorar formatos imersivos e performances em locais não convencionais. Para além de estabelecer um registo visual forte, Live Over Lisbon deixa claro o desejo dos MXGPU de expandir os limites da apresentação eletrónica ao vivo em Portugal. A integração das dimensões arquitetónicas, tecnológicas e performativas concretiza uma das suas apostas mais ousadas até agora — e coloca Lisboa, por instantes, como palco e objeto da experiência sonora.

Partilha

TAGS