SAL lançam novo álbum “A Viagem Vai A Meio”.

Francisco Pereira

Os SAL lançam “A Viagem Vai a Meio”, álbum que celebra autenticidade, liberdade criativa e novas sonoridades, acompanhado pelo single “A Lei do Compasso”.

Os SAL acabam de lançar o seu novo álbum “A Viagem Vai A Meio”, já disponível em todas as plataformas digitais. O disco chega acompanhado pelo novo single A “Lei do Compasso”, uma sátira inteligente e bem-humorada às fórmulas pré-fabricadas da música pop, onde a banda brinca com as regras mais básicas da composição comercial para expor os limites e as contradições da criação em tempos de inteligência artificial.

Depois de “Passo Forte”, editado em 2021, e de uma passagem marcante pelo Festival da Canção 2023 com o tema “Viver”, os SAL regressam com “A Viagem Vai A Meio”, um álbum que estreita ainda mais as relações entre os membros e destes com o mundo que os rodeia, na procura mais profunda da identidade da banda e das suas raízes , traz um olhar mais acutilante sobre o mundo e a sociedade atual, mais direto e luminoso, abrindo ainda mais os braços a todo o mundo de culturas e sons.

Regra Dos Dois Simples”, “Pedaço de Sal”, “Mentira Viral” e “Um Milhão É Só Um Milhão” foram os primeiros singles revelados ao longo de 2024 e 2025, abrindo caminho para um disco que condensa a energia coletiva de cinco músicos com percursos e heranças musicais distintas, mas unidos por uma mesma pulsação. João Pinheiro (bateria), Sérgio Pires (voz e braguesa), João Gil (baixo), Daniel Mestre (guitarra) e Vicente Santos (teclados) assinam esta nova etapa.

O título “A Viagem Vai a Meio”, inspirado numa das canções do álbum, reflete, segundo Daniel Mestre, “uma promessa de continuidade e esperança, com muitos passos por dar”. Para o guitarrista, o disco é “um ponto de situação do percurso da banda e também a nível pessoal. Embora exista já um passado repleto de experiências, é inegável que ainda há muito para aprender e fazer”. Essa ideia de caminho em aberto e de aprendizagem constante atravessa o disco como um fio condutor: “Composto por canções de estilos muito diferentes, ‘A Viagem Vai a Meio’ é um espelho da forma como a partilha de influências e competências muito distintas se tornou em algo que não só saciou a nossa vontade de criar como também nos conseguiu surpreender várias vezes”, acrescenta.

Também João Gil descreve o processo de criação como uma travessia partilhada e transformadora: “Fazer este disco foi uma viagem. A viagem não tem que ser toda feita fisicamente, ainda que tenha sido uma viagem de milhares de quilómetros com estas pessoas que me rodeiam em SAL. É uma viagem pelo mais íntimo e mais pessoal que existe em cada um de nós e que esperamos que chegue às pessoas através da nossa música. Tenho a certeza que este segundo disco é o veículo que permitirá que isso aconteça.”

A “Lei do Compasso” nasce de uma reflexão direta sobre os mecanismos contemporâneos da indústria musical. Hoje, grande parte dos êxitos que ocupam o topo das listas resulta de equipas de produção extensas, reuniões e briefings estratégicos para conceber a próxima fórmula perfeita, ao mesmo tempo que ferramentas de inteligência artificial são capazes de gerar canções instantaneamente, obedecendo a padrões previsíveis. Os SAL questionam: estará a inteligência artificial a copiar a criatividade humana ou será precisamente o contrário? Com ironia e lucidez, a canção afirma-se como um manifesto pela liberdade criativa, lembrando que, no universo da banda, as músicas nascem de forma espontânea, sem barreiras nem fórmulas.

Os SAL definem-se por recuperar o essencial da música: a partilha genuína entre músicos e público, sem artifícios nem moldes pré-fabricados. A sua sonoridade funde de forma orgânica influências do rock, do folk e da música de raiz, sempre com um cunho próprio. Em palco, recusam a perfeição polida e previsível das produções em série, preferindo a imperfeição bela e humana – a respiração antes da frase, a corda que vibra, o improviso que nasce do diálogo. Cada concerto transforma-se num acontecimento irrepetível, onde o público não ouve apenas música: vive-a, sente-a e respira-a.

Esta autenticidade é também o reflexo da individualidade de cada um dos cinco elementos que compõem os SALJoão Gil encontrou nesta banda a irmandade musical que procurava; João Pinheiro, baterista com um percurso ligado a nomes incontornáveis como Diabo na Cruz, carrega a energia e experiência da estrada; Sérgio Pires traz décadas de canções e palcos, da música negra ao universo popular português; Vicente Santos, nascido no Ribatejo e moldado pelo piano clássico, mergulha no universo dos teclados e sintetizadores; Daniel Mestre, guitarrista e construtor de cordofones, é a ponte entre a herança tradicional e o rock. Desta diversidade nasce uma unidade rara, consolidada pela cumplicidade conquistada ao longo de anos a tocar juntos.

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