10 álbuns: As escolhas de Tiago Saga

Francisco Pereira

Tiago Saga, dos Time for T, escolheu os 10 discos que mais o inspiraram na sua vida.

Depois de fundar os Time For T e de se dedicar a esse projeto, Tiago Saga pegou nas suas composições mais íntimas para se lançar em nome próprio. O músico luso-britânico destila influências que são bem perceptíveis naquilo que produz. Depois de uma concerto de apresentação das suas novas músicas no passado mês de março, o ano de 2025 vê a chegar um álbum novo, o qual aguardamos com bastante anseio.

A pedido da Mente Cultural, Tiago Saga aprofundou e explicou quais as suas principais referências e influências musicais, numa lista com 10 discos.

1. The Touré-Raichel Collective

The Tel Aviv Session (2012)

Um disco nascido de uma jam entre dois músicos virtuosos – Vieux Farka Touré e Idan Raichel. É uma viagem sonora que atravessa o Médio Oriente e a África Ocidental, cheia de momentos de improvisação mágica e diálogo musical sem palavras.

2. Bob Dylan

Blood on the Tracks (1975)

Podia facilmente preencher o top 10 só com discos do Dylan, mas se tiver de escolher um, é este. Simplesmente brilhante do início ao fim – as letras, as histórias, as narrativas… É como um livro em forma de música que nunca queremos parar de ler.

3. The The

Soul Mining (1983)

Um disco absolutamente genial. A produção estava anos-luz à frente do seu tempo e as letras são poderosas. É um daqueles álbuns que nem toda a gente conhece, mas quem conhece sabe que é um dos melhores de sempre.

4. The Beatles

The White Album (1968)

Canções como “Rocky Raccoon” e “While My Guitar Gently Weeps” acompanharam-me desde a infância até hoje. Os Beatles foram (e continuam a ser) génios da composição, e este disco mostra bem a sua versatilidade e criatividade.

5. Karen Dalton

In My Own Time (1971)

A voz mais fascinante que já ouvi – estranha, peculiar, lindíssima e cativante. Este disco é absolutamente arrebatador, triste e perfeito para um dia de chuva. Uma artista que merece muito mais reconhecimento. 

6. Arcade Fire

Funeral (2004)

Lembro-me perfeitamente da primeira vez que ouvi “Rebellion (Lies)”. Deu-me uma sensação de liberdade espiritual e sonora como nunca tinha sentido antes. Este álbum tem uma energia única e marcou uma geração.

7. Nick Drake

Pink Moon (1972)

Nick Drake influenciou profundamente a forma como (tento) tocar guitarra. A sua voz e as suas composições são incrivelmente sofisticadas, ao mesmo tempo simples e profundas. Ouvir este disco dá-me uma calma difícil de explicar.

8. Bob Marley

Exodus (1977)

Cresci a ouvir este disco em casa, e mais tarde escrevi uma tese sobre ele na universidade, enquanto estudava composição contemporânea. Exodus é mais do que um álbum – é um manifesto político que desafia o pós-colonialismo, o capitalismo e as injustiças do mundo ocidental dominante.

9. Eminem

The Slim Shady LP (1999)

Quando ouvi Eminem pela primeira vez, percebi que na música tudo é possível. Ele falava de tudo – da morte ao bullying – com um humor mordaz e sem filtros. Além disso, os beats do Dr. Dre são absolutamente incríveis. Um disco icónico que mudou o hip-hop.

10. Billie Holiday

Solitude (1956)

Uma verdadeira obra-prima. Billie canta e estica as notas de uma forma que parece desafiar a física. A sua voz e a sua história fazem-me sentir que estamos perante uma artista absolutamente única e incomparável.