14 álbuns: Os melhores álbuns da vida de Baco

Francisco Pereira

Baco, nome artístico de Rodrigo Dionísio, escolheu para nós os 14 álbuns que mais o marcaram na vida.

Baco, ou Rodrigo Dionísio, destaca-se como um dos mais versáteis produtores e multi-instrumentistas da nova geração da música portuguesa. Cresceu imerso num ambiente musical, vindo de uma família de músicos que lhe proporcionou um contacto precoce e contínuo com a música.

A pedido do Mente Cultural, Baco fez uma lista com 14 álbuns que o marcaram e explica porquê.

1. Stevie Wonder

Songs In The Key Of Love (1976)

É um dos álbuns mais importantes da minha vida. Abriu-me portas para um universo de possibilidades harmónicas e rítmicas com arranjos quentes e arrojados, secções de metais vibrantes e melodias que parecem falar diretamente à alma, que redefiniram o soul e o funk. Stevie é uma das minhas maiores referências, e este álbum é um verdadeiro manual de criatividade e emoção.

2. John Mayer

Continuum (2006)

Continuum foi uma das minhas bandas sonoras de adolescência. Foi com este álbum que comecei a explorar a guitarra de forma mais profunda, fascinado pelos padrões de strumming country e pelos solos bluesy. Este álbum é uma lição de expressão musical através da guitarra.

3. Jamiroquai

Traveling Without Moving (1996)

Traveling Without Moving de Jamiroquai foi um dos discos que mais me marcou em criança, graças aos meus pais, que são fãs da banda. As linhas de baixo contagiantes, as harmonias sofisticadas e a energia disco moldaram o meu gosto pelo groove e pelo ritmo contagiante. Este álbum é uma celebração do nu-disco que me acompanha até hoje.

4. Jamiroquai

A Funk Odyssey (2001)

Também de Jamiroquai, A Funk Odyssey trouxe-me uma visão mais moderna do disco, misturando o funk clássico com sintetizadores espaciais e uma produção mais contemporânea. A voz inconfundível de Jay Kay e os grooves deste álbum criam um ambiente quase futurista, que me transporta para outra dimensão sempre que o ouço.

5. Tom Misch

Geography (2018)

Este é um álbum que me inspira constantemente, pela forma como ele consegue equilibrar simplicidade e sofisticação. As suas composições transitam com fluidez entre o disco, o R&B e o jazz, sempre com uma abordagem orgânica e honesta. A guitarra de Tom Misch, com os seus riffs delicados e fraseamentos cheios de alma, é uma das minhas maiores inspirações atuais.

6. Djavan

Ao Vivo (1999)

“Djavan Ao Vivo” é provavelmente o álbum mais nostálgico da minha vida. Ouvi-o vezes sem conta em viagens de família, e cada faixa transporta-me para esses momentos, chegando até a emocionar-me em algumas delas. A musicalidade brasileira, com as suas harmonias ricas e grooves relaxados, ensinou-me a importância do balanço e da emoção. A faixa “Samurai” é tão especial para mim que tenho um samurai tatuado no braço em sua homenagem.

7. Bruno Mars

24K Magic (2016)

24K Magic de Bruno Mars é um álbum que me fascina pela autenticidade e pela forma
como reflete a personalidade do artista. A sonoridade funk, com basslines sintetizadas e
talkbox é viciante e cada faixa parece uma festa. Bruno Mars é um exemplo de como um artista pode mergulhar de cabeça na sua essência e criar um álbum que é puro ouro, daí ser uma das minhas principais referências na minha música.

8. Silk Sonic

An Evening With Silk Sonic (2021)

An Evening With Silk Sonic foi um presente para a música contemporânea. Bruno Mars e
Anderson .Paak resgataram a essência do soul e do R&B dos anos 60 e 70, polindo-a com uma produção moderna e luxuosa. A química entre os dois artistas é incrível e cada faixa é uma viagem sonora repleta de texturas ricas e calor humano.

9. Michael Jackson

Off The Wall (1979)

Este disco é um clássico intemporal. É o álbum que melhor capta a energia disco do Michael (na minha opinião), com faixas que ainda hoje me fazem levantar e dançar. A produção orgânica, antes da era digital, dá às músicas uma vida especial que eu tanto gosto, e canções como “Rock With You” são verdadeiros hinos à celebração.

10. Daft Punk

Discovery (2001)

Discovery dos Daft Punk foi a minha introdução à música eletrónica. Ainda nem sabia bem o que era house music e já ficava hipnotizado com a canção “One More Time”. Este álbum foi revolucionário, misturando eletrónica com pop e funk de uma forma que me fez perceber o quão importante é a experimentação sonora e o sound design.

11. Daft Punk

Random Access Memories (2013)

Este é, para mim, um dos melhores álbuns da década de 2010. É um tributo à música que os inspirou, mas também um encerramento perfeito da sua carreira. As baladas emocionantes, os grooves funk e a produção impecável tornam este álbum uma obra-prima que nunca envelhece. Lembro-me de ouvir um snippet da “Get Lucky” antes de ela sair em loop durante horas.

12. Snarky Puppy

We Like It Here (2014)

We Like It Here de Snarky Puppy é uma festa para os amantes de música instrumental. A
complexidade jazzística, misturada com grooves viciantes, fez-me mergulhar ainda mais fundo no mundo do estudo musical. Foi um álbum que me desafiou, alimentando o meu lado mais nerd da música e empurrando-me a crescer como músico.

13. Muse

Absolution (2003)

Absolution dos Muse foi o álbum que me deu um escape durante a adolescência. A agressividade das guitarras, os sintetizadores arpejados e os vocais intensos deram-me um refúgio, uma forma de canalizar emoções e encontrar conforto numa sonoridade mais pesada e disruptiva.

14. Disclosure

Settle (2013)

Este álbum foi uma das minhas maiores inspirações dentro da música eletrónica. A forma como eles misturam UK garage, house e pop, com produções de EDM e estruturas pop, fez-me perceber o potencial da música eletrónica ao vivo. O setup deles nos concertos é impressionante, e ver como transformam produções de estúdio em performances cheias de energia foi um grande ponto de viragem para mim.