AMORE, Top Hits, Ballads, etc… (Sony Music España)
Depois de uma série de singles avulso, AMORE apresenta-se pela primeira vez com um projeto mais extenso. O álbum de estreia da espanhola chegou esta semana, depois de avanços promissores como “Querió”, “Last Maria On Earth” e “Delirio”. A artista de Múrcia, residente em Madrid, traz-nos uma coleção eclética de canções pop que vão beber aos mais diversos géneros. A produção é irrepreensível, combinando sons orgânicos e eletrónicos numa miscelânia com muito gosto à mistura.
Arcade Fire, Pink Elephant (Columbia Records)
Os Arcade Fire já não são o que outrora foram. É difícil apontar o ponto concreto a partir do qual começaram a perder a glória do indie rock, mas o que é certo é que o lançamento de Pink Elephant fez pouco barulho. Ainda assim, deixamos esta recomendação para os nostálgicos e os que ainda têm esperança na banda canadiana.
billy woods, GOLLIWOG (Backwoodz Studioz)
Faz já dois anos do último LP do rapper americano billy woods. Em 2023 lançou o segundo registo colaborativo com o produtor Kenny Segal, intitulado de Maps e que foi recebido como um dos melhores álbuns do ano. Agora woods regressa com GOLLIWOG, que procura oferecer uma paisagem cinemática com humor, terror e surrealismo à mistura. Como grande parte do trabalho do artista, não é um registo fácil de ouvir ou sequer confortável. Mas, no final, a recompensa é abundante, não fosse billy woods um dos grandes rappers do nosso tempo.
Cole Pulice, Land’s End Eternal (Leaving)
A mudança para Oakland, na Califórnia, é refletida na sonoridade eletro-acústica do primeiro álbum em três anos de Cole Pulice. Land’s End Eternal distingue-se dos trabalhos anteriores pelo uso da guitarra elétrica, numa posição bastante central. O instrumento funde-se nas paisagens do álbum por entre solos de saxofone, num tapete mágico de jazz, ambient e improvisação que nos transporta. Ao longo das seis composições, Cole Pulice leva-nos numa rica viagem.
Erika de Casier, Lifetime (Independent Jeep Music)
Depois do último álbum Still, lançado há pouco mais de um ano, Erika de Casier abranda em Lifetime, um lançamento surpresa. A artista luso-dinamarquesa entrega-nos onze calmas canções de trip-hop, nas quais as melodias cativantes são atenuadas e os seus instintos pop e r&b são abordados de uma maneira que ainda não constava no repertório da cantora. O andamento é leve e desacelerado, perfeito para uma tarde de fim de semana.
No Windows, The Great Traitor (Fat Possum)
A dupla de Edimburgo No Windows lançou o ano passado o EP Point Nemo e agora estão de regresso com The Great Traitor, outro EP, sendo este o primeiro trabalho que editam na discográfica Fat Possum. Influenciados pela chamber pop da década de 70 e o indie rock dos anos 90, o espírito dos No Windows é jovem e despreocupado, mas ainda assim algo delicado. The Great Traitor foi produzido por Ali Chant, que já trabalhou com Sorry, Dry Cleaning e Yard Act.
PinkPantheress, Fancy That (300 Entertainment)
Fancy That é a segunda mixtape da britânica PinkPantheress, que ascendeu rapidamente graças à rede social TikTok. Desde o início que a artista se destaca pela sua curadoria de samples, escolhidos a dedo, e pela amálgama de géneros variados que ela incorpora de forma exímia. A procura por algo mais é uma constante na evolução de PinkPantheress, documentada a cada nova canção. Em Fancy That, a cantora continua a desafiar-se a ela mesma e o resultado são vinte minutos de perfeição pop, com baixos vibrantes, sintetizadores aliciantes e melodias que não nos vão sair da cabeça.
Thom Yorke & Mark Pritchard, Tall Tales (Warp)
Tall Tales é a primeira colaboração de Thom Yorke com Mark Pritchard, músico eletrónico inglês. Pritchard e Yorke, parte fundamental tanto dos Radiohead como dos The Smile, já preparavam a sua estreia como dupla há largos anos e esta foi introduzida pelos singles “Back in the Game” e “This Conversation Is Missing Your Voice”. Tall Tales adiciona camadas ao catálogo de ambos os artistas, que se apresentam em grande força neste registo.